domingo, 11 de setembro de 2011

Percebi ser meio torta
como a árvore envergada
quando adentrei aquela área
em que diziam não ter nada

Eu, assim, admirada
até achei muito absurdo
perceber coisa nenhuma
em um lugar que tinha tudo

Naquela bela verde terra
tinha água, tinha flor
dava fruto mais gostoso
dava o mais puro amor

No galho a desfolhar
bichos apareciam
vento assobiava
orvalho respingava

Não havia medo algum
era uma civilização
contradizia o homem
que vive na perdição

Em clima mais ameno
sem fumaça ou cimento
o mundo andava mais lento
e até esquecia o tempo

Nas ruas, poucas casas
não se via apartamento
puleiro era lugar de galinha
não cabia nem o jumento

Em vez de asfalto e buzinas,
passarinhos em sinfonia
se algum barulho se ouvia
era o rio de águas macias

O dia era na cachoeira
A tarde era fruta do pé
A noite era céu de estrelas
A vida guardava mais fé.

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